segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Segunda Dama do Lotação


Segunda-feira chuvosa, agenda cheia, um carro na oficina e uma esposa em greve de sexo, no calendário datando um 13 de agosto, pensei em pegar um táxi, mas estava sem cédulas, pensei em encarar um moto táxi para chegar ao trabalho, mas com todo o dilúvio do que me adiantaria? Lama, trânsito estressado e um resfriado... Liguei para a secretária, alertei para o meu atraso, avisei que eu iria de ônibus coletivo. Pensara ser mais tranqüilo e sem grandes transtornos, ledo engano, logo passei na roleta com ajuda de empurrões apressados, tive a impressão que meu inferno de Dante continuaria naquele dia. Gente acotovelada, nádegas esfregando com nádegas, pernas roçando pernas, bundas gordas beirando minha braguilha, braços levantados e os vários cheiros se misturando numa manhã fria e nauseante.

Na segunda parada feita, o ônibus já começara sua dança de cadeiras, alguns antes sentados, agora puxam a cordinha soando o alarme de parada, num desses momentos eu arrumara uma cadeira, animei-me, quis ler o jornal que até então não tinha tido a oportunidade de ler, não conseguia concentração na leitura, o ambiente já era de certa forma interessante para mim, hora e outra me pegava olhando disfarçadamente os que entravam e os que já estavam agasalhados naquela jaula ambulante, alunos com suas mochilas imensas nas costas, seus chicletes nos queixais e o papo alto, os apelidos e sorrisos debochados... Ninfetas de mines, pernas roliças entre as pernas dos amigos a procura de “apoio”, gente de cara na janela com pensamentos perdidos, gente apressada balbuciando aborrecimentos, enfim, gentes. Por um instante me deixo levar pelas conversas, pelos cheiros, pelas misturas de seres, pelo entre e sai a cada parada, passara minha náusea, passara minha pressa, já estava envolvido. Nova parada, nova leva de passageiros, entram e logo se ajeitam em seus lugares, desta vez uma senhora se achegou ao meu lugar, tentou segurar com a mão direita no alto, sendo de baixa estatura, percebi certa dificuldade em segurar, faltava-lhe equilíbrio, eu num ato raro nos dias de hoje, levantei-me e cedi meu lugar para ela, ela sorriu de canto de boca e disse simpaticamente “obrigada”. Tinha comportamento clássico, cabelos pretos bem penteados, roupa bem ajustada ao corpo, sandálias com saltos médios e com tiras finíssimas, perfume agradável, o mais agradável daquela manhã de tantos aromas e odores. Da minha posição descia meu olhar que teimosamente caiam sobre seu decote, decote comportado, mas que não impediu a viagem da minha imaginação, imaginei aqueles seios, sonhei por um segundo tocá-los, lambê-los, chupá-los... Naquele instante seria um choque térmico, minha boca/língua/saliva quentíssima em um bico rosado/rijo e frio.
A senhora olhava para mim e sorria ingenuamente, longe de saber de meus pensamentos insanos, pedira para segurar minha pasta numa forma de gratidão ao lugar cedido, ela pronunciara com voz meio dengosa e educada “Deixe-me segurar tua pasta”... O verbo “segurar” ecoara em minha cabeça sacana, ri dentro de mim... Pensei naquela dama distinta pedindo para segurar meu caralho, segurar meu pau, tão polida pronunciando putamente “Me deixa segurar teu caralho”, meio discreto meu pau começara manifestar sinal de vida com meus pensamentos luxuriosos, tentei olhar para os demais afim de que ele voltasse a sua condição de dorminhoco.
Tiro os seios de foco, olho suas mãos segurando minha pasta sobre as pernas, mãos finas, dedos longos, unhas bem tratadas, a senhora tinha uma pele clara, as mãos eram claríssimas... Hum... Mãos delicadas segurando um pau moreno, segurando-o com força e desejo, levando cheia de tesão à boca...boca...boca... Percebi que ainda não tinha olhado os detalhes da minha “dama do lotação”. Fixei olhar no seu rosto, tudo nela era mais ou menos, uma mulher comum, nem bonita e nem feia, mas no momento exercia em mim enorme poder de sedução, a boca era sem muito contorno, o lábio superior fino e inferior mais grosso, no entanto existia uma proporcionalidade, batom claro, apenas realçando os lábios, neste momento de contemplação labial, meu pênis soltara uma lágrima, novo choque térmico? Não, uma boca quente num entra e sai frenético, lábios que engolem um pau aquecido pela volúpia do momento. A puta agora chorava pedindo para mamar meu cacete moreno, esfregava nos lábios e abocanhava gulosamente, tinha boca nervosa, sugava com força, faminta por leite, lambidas frenéticas, mordidazinhas sacanas, lambia todo o talo, parava ora na cabeça, ora nos bagos.
Fui acordado pela sirena da nova parada, a dona sorriu novamente e disse descer na próxima, admirei-me, também iria descer na próxima parada, já não conseguia olhar para senhora, uma vontade louca de achegar minha pica em seu rosto, dizer violentamente “chupa, puta” “mama nesse pau que é teu”, minha rola estava enfurecida, já fazia volume, apavorei-me, pois um olhar mais atento dela perceberia minha excitação, ela apenas ria vez ou outra pra mim. Desejava aquele corpo comum, queria aquela mulher sem exuberância alguma, mas que me deixara de pau duro numa manhã completamente broxante, quis rasgar suas roupas ali mesmo, quis abrir suas pernas com loucura, lamber sua boceta, abri-la com os dedos e mamar seu grelinho, fodê-la com a língua, fodê-la com o pau, enchê-la de porra quente num segundo choque térmico... quis...quis...quis... Fui acordado do transe erótico pela sirena da nova parada e pela mão daquela mulher, assustei-me com a mão dela segurando na minha braguilha e parodiando Nelson Rodrigues, disse “Desço contigo”.

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